Simplesmente eram. E de acordo com convecimiento, adiamento ou entusiasmo. Desta forma, escusado manifestar, o Twitter não existia. Recém-terminada a projeção do novo vídeo de Terrence Malick, não havia condolência. Apesar de si toda a paixão do universo. A gama de epítetos incorporados em 140 caracteres de outrora iam de desastre absoluto a decepção sem paliativos.
Tudo isso sem esquecer alguma menção ao aparelho urinário de alguns dos críticos mais excretores. Do penteado que lúcia Javier Bardem no papel de um sacerdote, nem sequer se fala. E agora a pergunta: Para situar-nos, ‘To the wonder’, assim se chama o video que continua a senda aberta na vencedora da Palma de Ouro ‘árvore da existência’, mantém os fundamentos básicas do cinema do autor.
- Dois Edifícios mais altos da América Latina
- 6 O Pastor de Andorra e Jesus Graça (1956- )
- Eu adoro do teu sotaque, é muito de Paris
- Matrícula temporária: preto sobre o assunto branco
- Mark Holmes como Benjamin Barber
- O cor-de-rosa esconde os tons azuis e a pele clara
- Frase pentasílaba: aquela frase de cinco sílabas. Por exemplo: oficialidade
- Arapuca de 9 letras
Ou, no mínimo, a cada plano continua exigente com o livro de estilo, llamémoslo desta forma, do cineasta desde que se reinventara após uma pausa de vinte anos (isto são férias) com a magistral ‘além Da linha vermelha’. Mais uma vez, as vozes se multiplicam no interior dos personagens, no tempo em que a câmera se esforça para capturar todos os ângulos de uma verdade certamente fraturada. Mais uma vez, essa caligrafia rota, necessita, sensível.
Tão retórico, brega e moderno, no sentido exato do termo, como soa. E o que é o afeto pra Malick? Essencialmente, tudo. E é tudo com a mesma força e convicção, que é nada. E é por aqui, precisamente, onde o Twitter não deixa nem sequer prisioneiros ou feridos. Todos falecidos. De golpe, o espectador assiste admirado à novos pontos procissão de lugares, digamos, poéticos, completamente alheios a questões tais como a sensação, o rigor ou o entendimento.
Malick, embriagado de si mesmo. A dificuldade não são as intenções, todas elas sofridas e performance de recolher, porém a maneira em que se apresentam pela tela. Malick abandona a modesto e inteligente vocação pra declarar, por insinuar-se, por deixar que as conclusões sejam fabricados no observar do espectador; para apadrinhar a sempre incomoda localização do pregador. Os personagens mais do que ensinar, declaman tuas angústias e indefinições com uma das melhores aproximações à voz ‘cansino’ que viu no cinema recente.
Em suma, uma paródia de ‘árvore da existência’, uma falsa imitação do respectivo cinema de Malick. No momento em que um dos personagens exclame a voz em grito “eu Sou um experimento de mim mesmo”, não se podes por menos de corar.
E, se for o caso, até o twitter o teu resplendor. Em 140 cabe a frase completa. Por outro lado, e com a decepção do festival a tiracolo, o dia continuou entregue a celebrar a graça miserável do carinho. Ou ao contrário. Primeiro, ‘Love is all you need’, da dinamarquesa Susanne Bier, a diretora vencedora do Oscar por ‘Em um universo melhor’, e depois ‘Fill the void’, da israelense iniciante Ramo Bushtein. As duas falam de casamento (a de Malick assim como) e nas duas triunfa, o quê, a resignação. A primeira é uma comédia romântica com Pierce Brosnan a cabeça (o que é uma legal cabelo!) dedicada a revisar, com desenvoltura, algumas vezes, e com um pouco mais de gravidez outras, as indústrias e as andanças do carinho à idade madura.
Um casal de consuegros se conhecem no dia da não-casamento (falta o conteúdo) de seus filhos. Daí até o término, é tudo que qualquer um é capaz de pensar que acabará por ser. E esse é o principal dificuldade: o previsível e desgastado que olham pra qualquer um dos resignados pretextos. Sim, a graça com que são feitos os personagens auxílio a libertar o peito e, sem sombra de dúvida, relaxa muito os diafragmas. O caso da fita judaica é outro. Relaxa um pouco. Pela primeira vez na história da humanidade (e mais além), um video ultraortodoxa transcende os estreitos limites da comunidade ultraortodoxa para vir a lugares pouco mais heterodoxos como um festival de cinema.
, E contada a história, acabou-se o ultra-ortodoxo experimento. O que é possível acompanhar é uma nação machista, furiosamente paternalista e anquilosada em um monolítico rosário de regras, preceitos e superstições que, para a diretora, não merecem alguma reflexão. Todos são felizes em sua acrítica e antiilustrada finalização. Premiosa, cargante e descomplicado. É claro, e por absurdo, ganha na resignação (ou diminuição) ao absurdo. Claramente, o amor não venceu ontem, em Veneza. O Twitter. Todavia esse último, na realidade, é mais sexo do que afeto.